Literatura de catequese

Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

A Literatura de Catequese integra o conjunto de obras dos viajantes, consideradas como as primeiras manifestações artísticas do Brasil, ainda colônia.

José de Anchieta e Pe. Manuel da Nóbrega desenvolvendo o trabalho catequético
José de Anchieta e Pe. Manuel da Nóbrega desenvolvendo o trabalho catequético

Falar sobre a Literatura de Catequese significa aludir às primeiras manifestações literárias da época do Brasil Colônia, até então sob o poderio do governo português. Tais escritos foram produzidos pelos viajantes, cuja intenção era a de relatar sobre as descobertas terrestres e marítimas, conquistas e colonização de novas terras, sem falar, é claro, nas consequências econômicas, políticas e morais oriundas de todos esses fatos para a metrópole portuguesa.

Dessa maneira, pode-se afirmar que esse conjunto de obras possuíam todas as informações de que os viajantes europeus, na condição de primeiros observadores, colhiam sobre o homem que aqui vivia, bem como as paisagens que aqui se faziam presentes.  Crônicas históricas seria o nome mais apropriado para atribuir a esses textos, os quais, como dito anteriormente, refletiam a preocupação do povo português com as conquistas materiais de uma forma geral.

Assim, muitas dessas crônicas – obra, também, dos jesuítas- traziam em sua essência os ideais catequéticos, os quais refletiam a preocupação com as conquistas de cunho espiritualista, cujo propósito era o de trazer novas almas para o centro da Igreja Católica. Pode-se afirmar então que muitas dessas obras chegaram aqui no Brasil a partir de 1549. Quando ressaltamos sobre o ideal nelas impresso, torna-se evidente a tentativa de recuperação do poder e prestígio pela Igreja católica em decorrência da Reforma Protestante.  Imbuídos em tal propósito, cumpriam veementemente a missão de defender a fé contra os ataques dos hereges e protestantes, fazendo com que ela se propagasse mundo afora. Nesse sentido, fundaram milhares de colégios, tanto na América, quanto na Europa, justamente porque viam na educação o verdadeiro instrumento para a conquista dos propósitos firmados.

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Temos assim que, permeados nesse universo artístico, as figuras que se fizeram evidentes estão representadas na pessoa dos padres Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim e José de Anchieta. O primeiro deles – Nóbrega – chegou ao Brasil em 1549, procurando manter com os demais membros da Companhia de Jesus uma significativa correspondência acerca da missa catequética propriamente dita, informando tudo sobre o que ocorria entre os índios e os colonos. Além dessa correspondência, escreveu também a obra Diálogo sobre a conversão do gentio, uma das suas importantes criações.   

 O segundo – Fernão Cardim – escreveu, entre outras obras, Do clima e da terra do Brasil e de algumas coisas notáveis que se acham assim na terra como no mar, bem como Do princípio e origem dos índios do Brasil e de seus costumes, adoração e cerimônias.

Por último, citamos José de Anchieta que, em virtude das obras que criara ser de intenção pedagógica, destacou-se como figura principal. Obras estas produzidas, geralmente, sob a forma de poemas e peças teatrais.

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