Dicas para uma boa organização textual

Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

Uma boa organização textual incide na qualidade do discurso, assim, algumas dicas são necessárias
Uma boa organização textual incide na qualidade do discurso, assim, algumas dicas são necessárias

Quando lemos uma história esperamos encontrar no enredo determinados elementos que a fazem se classificar como tal: personagens, narrador, apresentação, complicação, clímax e desfecho final, entre outros, igualmente importantes. Já ao nos depararmos com um texto de opinião, nossa perspectiva mantém-se fiel: desejamos que as ideias estejam prontamente definidas, de modo a percorrermos um trajeto que nos conduz ao início, perpassa por um desenvolvimento e nos conduz a um fim, a uma conclusão.

Alguns textos, como é caso de “A arte da construção textual” e “A produção textual - uma análise discursiva” exploram de forma efetiva os pressupostos que envolvem a tessitura textual. Dessa forma, tendo-os como suporte, ampliaremos ainda mais nossa discussão sobre o assunto em pauta, com vistas a fazer com que você, caro (a) usuário (a), aprimore cada vez mais suas habilidades no que tange à arte de redigir.

O primeiro passo, dentre os muitos a seguir, é se conscientizar de que tal procedimento (o da construção textual) tende a se assemelhar a fatos corriqueiros, como é o caso de um percurso que se faz de um lugar a outro, bem como a construção de uma casa. Em ambos os exemplos, “planejamento” é a palavra-chave. Ora, se tudo não for milimetricamente projetado, há grandes possibilidades de as paredes desmoronarem, ou, no caso do primeiro deles, há o risco de ficarmos rodando por horas sem chegar a lugar algum.

Consideramos que não se trata de uma tarefa fácil, sem dúvida. Mas para que nosso projeto obtenha êxito, alguns passos são considerados essenciais, a começar pela preparação das ideias.

Torna-se inviável discorrer acerca daquilo que desconhecemos. Imagine que, estando você a narrar algo, sua criatividade, num piscar de olhos, venha a falhar. Pronto, lá se foi o sonho de encantar o leitor com sua história. Outro caso: pense você que sua tarefa seja a de se posicionar em relação a algum assunto, defendo-o por meio de argumentos que o justifiquem ou o contrariem. Será que suas ideias foram construídas com base nos “achismos”? Ou será que você se mostrou como um verdadeiro defensor de suas opiniões, de seus posicionamentos?

Dessa forma, de modo a se mostrar como alguém que realmente conhece o que está dizendo, faz-se necessário praticar a leitura constantemente. Mas seria o caso de ler somente obras de grandes clássicos? Não, você pode perfeitamente ser eclético nas suas escolhas, contanto que saiba separar o “joio do trigo”. Agindo como tal, os argumentos que você se dispuser a defender serão baseados em fontes confiáveis – condição essencial para uma boa postura enquanto emissor de um texto. Outro aspecto diz respeito ao final que dará a seu texto: lembre-se de que tal parte deve ter um argumento eficaz, que remeta à ideia defendida no início.

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Você preparou as ideias? Eis que é chegado o momento de organizá-las. Nesse sentido, organize-as de modo a respeitar uma lógica interna: fato esse que tudo tem a ver com a construção dos parágrafos, mantendo-os coesos, claros e precisos. Outro aspecto, também muito importante, é saber condensar suas ideais, de modo a não deixá-las carentes de conteúdos, tampouco abusivas de informações, ou seja, ser habilidoso (a) em saber dosá-las é, antes de tudo, sinal de competência e habilidade. Lembre-se também que seu texto jamais poderá representar uma imagem de você mesmo (a), por isso mantenha-o o mais imparcial possível, deixando as emoções e os juízos de valor para a “hora certa”, ou seja, haverá circunstâncias comunicativas em que tais atitudes poderão ser perfeitamente exploradas.

Colocando tudo em prática: momento em que você irá materializar tudo aquilo que planejou. Para tanto, algumas dicas se revelam como preponderantes, entre elas:

- A primeira delas é se colocar como leitor de sua produção, ou seja, como você gostaria que as ideias ali estivessem dispostas.

- Outra questão diz respeito à clareza da mensagem, dada a evidência de haver “múltiplos” interlocutores. Desse modo, para não correr o risco de não ser bem interpretado, seja claro em tudo que disser.

- Voltando à questão do caráter coesivo de seu texto, procure fazer com que um parágrafo nunca encerre a ideia em si mesmo, pois é preciso haver uma interligação entre todos eles (os parágrafos).

- Procurando cuidar bem da performance textual, nada mais sugestivo que variar a estrutura sintática, quando a situação assim o permitir, é claro. Um exemplo é o uso do predicado antes do sujeito, como em: vã foi a luta/ caótico é o trânsito/ imprecisos são os detalhes, entre muitos outros.

Pois bem, todas as elucidações aqui firmadas tendem a colaborar para o aprimoramento de uma competência necessária a todo usuário do sistema linguístico: a escrita. Esperamos ter contribuído para a conquista dela!

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