Interpretação textual

Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

A interpretação textual se dá mediante o desvendar do discurso
A interpretação textual se dá mediante o desvendar do discurso

Interpretação textual... Eis que nos deparamos com um assunto cuja relevância é indiscutível, dada a habilidade da qual devemos dispor uma vez imersos na condição de interlocutores. A começar pelo substantivo “interpretação”, oriundo do verbo interpretar, ou seja, analisar, compreender. Sim, compreender todo e qualquer discurso levando em consideração a essência, a ideia principal, ora traduzida por meio das palavras.

Por certo, tal tradução se efetivará se essas palavras não representarem para você apenas mais um emaranhado de ideias, incompreensíveis, obscuras, ofuscadas, enfim, não interpretáveis. Nesse sentido, torna-se necessário que antes de tudo você compreenda que toda linguagem, seja ela qual for, possui uma finalidade, um objetivo a cumprir. Ou seja, aquilo que o emissor se dispôs a elaborar não foi por acaso, pois ele realmente deseja obter a compreensão acerca daquilo que profere. Assim, o que pretende um humorista ao proferir uma anedota, um repórter ao produzir uma notícia, um anunciante ao deixar à mostra um panfleto, um fabricante ao elaborar um manual de instruções, um escritor ao produzir uma obra literária? Em todas essas circunstâncias se faz nítida a finalidade discursiva impressa na mensagem.  

Em face dessa realidade, diante de um texto você pode começar observando o título, uma vez que esse começo pode revelar grandes pistas acerca do assunto retratado. Em seguida, a ideia principal pode estar representada já no primeiro parágrafo. Para detectá-la, não somente nesse primeiro parágrafo, mas também nos seguintes, é necessário identificar a ideia-síntese de cada um deles, sobretudo checando as palavras-chave. Assim procedendo, torna-se bem mais fácil fazer a conexão existente em cada uma dessas partes, assim mesmo, todas entrelaçadas e justapostas entre si, formando um todo lógico e coerente.  

Outros aspectos, não menos importantes, dizem respeito aos conhecimentos relacionados aos fatos linguísticos e ao conhecimento de mundo, ou seja, as inferências que devem ser feitas diante de uma determinada expressão, de um determinado fato citado.

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Um simples sinal de pontuação, como é o caso do uso de uma vírgula, pode ser decisivo para explicar o que pretende o emissor, dado o fato de tal recurso ser, muitas vezes, uma questão de estilo, de efeito a ser obtido e, sobretudo, decifrado. Também podem ser mencionados os demais sinais, as conjunções (sobretudo as adversativas), as relações de significado existente entre as palavras, enfim, muitos são os aspectos que prevalecem nesse momento.

E as inferências, qual o atributo a elas dado? Saiba que, não raras as vezes, o discurso não se mostra assim, tão às claras, isto é, por trás dele há uma intertextualidade, uma alusão, há outro aspecto que exige uma habilidade necessária para fazer determinadas “conexões”, digamos assim, entre as ideias abordas no discurso – aspecto esse que somente se torna materializado mediante o conhecimento de mundo, da realidade que nos cerca, dos quais devemos sempre dispor.

Com base em todos os pressupostos aqui elencados, gostaríamos ainda de fazer uma ratificação, com vistas a conscientizá-lo (a) acerca de uma realidade inquestionável: toda palavra, seja ela qual for, não se concebe como vã, sem significado, haja vista que possui um sentido, cabendo a você, em especial, decifrá-la em toda a sua essência.

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