10 erros gramaticais que ninguém deveria cometer

Por Jairo Beraldo

Apresentamos 10 erros gramaticais que ninguém deveria cometer em situações formais: desvios de ortografia, usa inadequado de verbos e da crase, pleonasmos, gerundismo etc.

Aquele momento em que se percebe um erro banal no texto.
Aquele momento em que se percebe um erro banal no texto.

Os erros gramaticais que ninguém deveria cometer configuram erros crassos e trazem algum constrangimento para quem os comete, seja em uma redação escolar, seja no ambiente de trabalho. Aqui estão listados dez deles:

1. Use sempre “menos”, nunca “menas”.

O advérbio de intensidade “menos” é invariável, ou seja, não se flexiona em gênero (masculino e feminino) ou em número, logo:

⇒ Certo: Fiz menos atividades que você.

⇒ Errado: Fiz menas atividades que você.

2. Não confunda “perca” (verbo) com “perda” (substantivo).

“Perca” é a forma verbal no presente do subjuntivo ou do imperativo de “perder”. Já “perda” é substantivo feminino, logo pode ser precedido por um artigo ou pronome, por exemplo.

⇒ Certo:

“ Não perca tempo! Com esta dieta, talvez você perca alguns quilos.” (VERBO)

“Ana teve uma perda muito triste na família.” (SUBSTANTIVO)

⇒ Errado:

“Não perda tempo! Com esta dieta, talvez você perda alguns quilos.”

“Ana teve uma perca muito grande na família.”

Leia também: Cinco dicas simples sobre o uso da crase

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3. Não confunda “viagem” (substantivo) com “viajem” (verbo).

Enquanto “viajem” é a forma imperativa ou do presente do subjuntivo do verbo “viajar”, “viagem” é substantivo e será, via de regra, precedido de artigo.

⇒ Certo:

“A viagem foi boa.” ou “Fiz uma viagem.” (SUBSTANTIVO)

“Viajem muito!” ou “Espero que vocês viajem nas férias!” (VERBO)

⇒ Errado:

“A viajem foi boa.” ou “Fiz uma viajem!”

“Viagem muito!” ou “Espero que vocês viagem nas férias!”

4. Use sempre “seja”, nunca “seje”.

A flexão verbal correta do verbo ser é “seja”. “Seje” não existe.

⇒ Certo: “Seja autêntico.”

⇒ Errado: “Seje autêntico.”

5. Fuja do “gerundismo”!

Os verbos no gerúndio apresentam desinência -NDO (ex.: andando, correndo, dormindo) e seu uso correto pressupõe a existência de ações frequentativas, ou seja, ações que demandam certo tempo de execução para que se manifestem.

O “gerundismo”, por sua vez, é o uso vicioso e equivocado dessa forma verbal. O erro ocorre quando o falante utiliza-se do gerúndio para indicar uma ação pontual, instantânea, prestes a acontecer.

⇒ Certo:

“Vou transferir sua ligação.”

“O senhor pode retirar uma senha para o atendimento.”

⇒ Errado:

“Vou estar transferindo sua ligação.”

“O senhor pode estar retirando uma senha para o atendimento.”

6. Evite pleonasmos viciosos!

Embora o pleonasmo – redundância na construção do sentido – possa ser utilizado estilisticamente na literatura ou na publicidade, em textos escritos ou discursos orais formais, deve ser evitado. Evite, portanto, expressões como:

“Subir para cima”

“Entrar para dentro”

“Elo de ligação”

“Descer para baixo”

“De manhã cedo”

“Sair para fora”

“Criar coisas novas”

“Plus a mais”

Basta a primeira palavra da expressão para produzir o sentido que se pretende de forma direta:

“Subir”

“Entrar”

“Elo”

“Descer”

“De manhã”

“Sair”

“Criar”

“Plus”

Acesse também: Debaixo ou de baixo?

7. “A partir” é sempre separado e sem crase.

⇒ Certo:

A partir de hoje, todos os produtos da loja com preços a partir de 100 reais.”

⇒ Errado:

Apartir de hoje, todos os produtos da loja com preços à partir de 100 reais.”

8. Não confunda “mas” com “mais”.

“Mas” é conjunção adversativa – expressa oposição, quebra de expectativa – e é sinônimo de “porém”, “contudo”, “no entanto”, “entretanto”, “todavia”. “Mais” é expressão denotativa de valor aditivo.

⇒ Certo:

“Pedro estudou, mas não passou no concurso.”

“Fiz mais exercícios que você.

⇒ Errado:

“Pedro estudou, mais não passou no concurso.”

“Fiz mas exercícios que você.

9. Jamais coloque acento indicador de crase antes de verbos.

⇒ Certo:

“Ana ajudou o irmão a fazer a tarefa.”

“Pedro prefere correr a nadar.”

⇒ Errado:

“Ana ajudou o irmão à fazer a tarefa.”

“Pedro prefere correr à nadar.”

10. Nunca use “ter” como sinônimo de “existir”.

O verbo “ter” indica posse e não deve ser usado em contextos formais como sinônimo de “existir”. Nessa situação, use o verbo “haver” sempre no singular.

⇒ Certo:

 “Existem bons alunos em sala.” ou “Há bons alunos em sala.”

“Existiam problemas na empresa.” ou “Havia problemas na empresa.”

⇒ Errado:

“Têm bons alunos em sala.”

“Tinham problemas na empresa.” ou “Haviam problemas na empresa.”

Origem da expressão “erro crasso”

Na Roma Antiga, mais precisamente em 59 a.C., o poder foi dividido entre três generais: Júlio César, Pompeu e Crasso, período conhecido como Triuno Virato.

Enquanto os dois primeiros eram reconhecidos pela genialidade, estratégia e grandes feitos, o último não era “tão brilhante assim” e ficou conhecido mais pela sua riqueza e erros nas decisões que por qualquer aspecto positivo. Inclusive, muitos desses erros grosseiros levaram o dito general à morte em 53 a.C., na batalha de Carras. Daí a expressão “erro crasso”.

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