Oralidade x escrita - expressões pertinentes

Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

Retrata-se como também de extrema pertinência o fato de cotidianamente, estando imersos a um universo social, depararmo-nos com uma multiplicidade de painéis, banners, outdoors, panfletos, cartazes, dentre outros, cuja finalidade discursiva se atém muitas vezes à informação, outras à persuasão, como é o caso da maioria dos anúncios.
“Conserta-se bicicletas”, “Aluga-se casas” retratam um caso típico da referida ocorrência.

Já afirmara um autor de renome – Evanildo Bechara, que “ninguém fala como a gramática”, visto que mediante uma situação de informalidade, o emissor se sente mais à vontade para expressar-se. Ressalta-se, portanto, para o fato de que enquanto “interlocutores sociais” precisamos ser hábeis para adequarmos nosso discurso às devidas situações de uso. E por assim dizer, há que se mencionar a questão de que mesmo em se tratando da oralidade, tal adequação faz-se necessária.

Imagine-se estando diante de uma entrevista de emprego ou participando de um debate ao vivo: qualquer “deslize pode custar-lhe muito caro”, transformando-se em verdadeiras “gafes”. Sendo assim, subsidiamo-nos em alguns suportes teóricos cuja finalidade é nos orientar acerca da maneira correta pela qual empregamos determinadas expressões que, diga-se de passagem, são um tanto quanto recorrentes. Vejamo-las:

* Ao meu ver
Tal circunstância discursiva não prescinde do artigo, tornando-se assim evidenciada:

A meu ver, todas as propostas de mudanças foram bem aceitas.

* Naquele país houveram muitos casos de epidemias. No intento de adequá-la ao padrão formal, obteríamos:

Naquele país houve muitos casos de epidemias, visto que o verbo “haver’, neste caso, se revela como impessoal.

* Esta garota me parece meia tímida.
Por que flexionarmos uma classe invariável? Ou seja, o advérbio não se flexiona, portanto, o correto é dizermos:

Esta garota me parece meio tímida.

* Levantem-se, pois já é onze horas... ou já são?

Opte pela segunda opção, pois o verbo ser, quando retratado pela ideia de tempo, medida ou quantidade, admite ser flexionado, levando em consideração o termo que o acompanha. Portanto, temos:

Levantem-se, pois já são onze horas.

* Desejo que você seje muito feliz nesta caminhada.
Infere-se que o verbo não se encontra adequado ao referido tempo e modo, haja vista que se trata do tempo presente do modo subjuntivo, resultando, pois, em:

Desejo que você seja muito feliz nesta caminhada.

* Semelhantemente ao caso firmado pelo advérbio, estamos diante de uma situação revelada por:

Parece que este prato tem menas calorias do que aquele.
Por que não menos, se estamos nos referindo à noção de intensidade?

Portanto, conveniente é optarmos por:

Parece que este prato tem menos calorias do que aquele.

* Fazem dois anos que não visito meus pais.
Este também é um caso de não concordância, pois o verbo fazer, tal qual o haver, torna-se impessoal, ao retratar a noção de tempo decorrido.

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